Por: Marcia Belmiro | Educação | 14 de julho de 2020
“O cachorro comeu meu dever de casa.”
“Minha irmã caçula rabiscou o caderno.”
“Perdi a borracha.”
Qual professor nunca ouviu frases como essas? Mas afinal, o que está por trás da desorganização de crianças e adolescentes e como o educador pode ajudá-los?
Confira as orientações de Marcia Belmiro, criadora do Método CoRE KidCoaching, para aumentar a organização dos estudantes:
É mesmo um problema? Quando a falta de organização de um aluno te incomodar, primeiro questione a si mesmo o quanto isso de fato atrapalha a vida daquele estudante. O fato de ter um “caderno feio” ou o uniforme amassado interferem em seu processo de aquisição de conhecimento? Esse estilo pode não agradar a você, mas funciona para aquele jovem, e tudo bem.
Não compare. Os adultos em geral têm uma tendência a comparar um irmão com o outro, ou a média das crianças com alguém que se comporta de um jeito diferente. Quanto mais pudermos exercitar nosso olhar para as individualidades de cada aluno, melhor poderemos ajudá-los em suas dificuldades.
Como interferir? Se você percebe que a falta de organização atrapalha o dia a dia de determinado aluno, pode ajudá-lo com boas perguntas – sem rótulos ou acusações, mas se mostrando como parceiro nesse desafio. Dessa forma, o estudante poderá refletir sobre a situação e perceber por si como ele está tendo prejuízos com determinados comportamentos.
Estabelecer um objetivo. Depois que o aluno já percebeu que algo pode ser melhorado, o professor pode auxiliá-lo definindo em conjunto um objetivo a alcançar (ex.: trazer o material completo todos os dias). O próximo passo é acompanhá-lo nesse processo, ajudando a parametrizar essa meta (ex.: ajudar o estudante a fazer uma lista com tudo o que é necessário para cada dia da semana) e acompanhando os progressos. O professor pode ainda mostrar ferramentas práticas que podem facilitar, como o uso de uma agenda, planner ou lembretes no celular.
Sem castigos. Punir o aluno por sua desorganização, na prática, é só uma demonstração de suposto poder do adulto sobre o jovem. Não provoca mudança positiva de comportamento, e ainda pode afastá-lo ainda mais do professor. Em vez do castigo, é possível trabalhar com consequências diretas, que costumam ser muito mais eficazes. Ex.: O aluno esqueceu o material. Para participar da aula, terá que se responsabilizar por consegui-lo emprestado com algum colega, em vez de o professor fazer isso, como de costume.