Professores não estão preparados para as aulas on-line
Por: Marcia Belmiro | Educação | 26 de agosto de 2020
De acordo com a pesquisa “Sentimento e percepção dos professores brasileiros nos diferentes estágios do Coronavírus no Brasil”, feito pelo Instituto Península com educadores de todo o país, das redes municipais, estaduais e particulares do Ensino Infantil ao Ensino Médio:
– 83% não se sentem preparados para dar aulas on-line;
– 88% deles afirmam que nunca tinham dado aula no formato virtual antes da pandemia;
– 55% não tiveram qualquer suporte ou capacitação durante o isolamento social para ensinar fora do ambiente físico da escola;
– 75% não receberam nenhum suporte emocional das escolas neste momento.
Especialistas em educação ouvidos pelo Instituto Península acreditam que é possível afirmar que os professores estão também na chamada “linha de frente” na pandemia – não em emergências de hospital, como médicos ou enfermeiros, mas lidando com um dos grupos que ficou mais vulnerável neste momento: o de crianças e adolescentes.
Um encontro consigo mesmo
Diante desse desafio e entendendo que essa vulnerabilidade também atinge os professores – que tiveram de se reinventar em um tempo mínimo –, Marcia Belmiro propõe trazer o professor a um resgate do significado da profissão para si:
“Ao trabalharmos com o professor, ajudando-o a trazer ao momento presente seus valores e seu propósito de vida esquecidos depois de anos de uma jornada árdua, esse profissional pode reencontrar suas potencialidades, e a partir daí desenvolver os próprios recursos para se adaptar às necessidades que se apresentam. Quando ajudamos o educador a entender que o cerne do problema não é a falta de conhecimento técnico para lidar com o novo formato de aulas, mas o desconforto que o modelo virtual causa – com a necessidade de se expor em vídeo não só para os alunos, mas para suas famílias, e as emoções e inseguranças que vêm à tona em consequência disso –, ele poderá se empoderar e, mais uma vez, se superar”, analisa.