Por: Marcia Belmiro | Adolescentes | 06 de setembro de 2019
A adolescência, por si só, é um grande momento de transição física, emocional e mental. Quando outras alterações importantes, como a mudança de escola – que afeta tanto a rotina –, acontecem nesta fase, podem causar impacto redobrado no indivíduo. Uma pesquisa na Universidade de Warwick, na Inglaterra, concluiu que, quando frequentes, essas mudanças podem elevar o risco de sintomas psicóticos entre os jovens em até 60%.
“Mudar de escola pode ser muito estressante para os alunos. O bullying decorrente disso é um fator que pode exacerbar o risco psíquico para o indivíduo”, analisa o professor Swaran Singh, que liderou o estudo.
No e-book Sete principais dores do adolescente, integrante do programa de formação TeenCoaching, estão listadas as maiores dificuldades dessa fase da vida. Entre elas estão “sentir-se inadequado e julgado” e “ter um amigo e lidar com essa relação”.
“Quando há uma mudança de escola, pode aparecer alguma dificuldade acadêmica, mas geralmente a principal questão é social. A necessidade de pertencimento ao grupo é muito forte nessa fase, então para se defender o adolescente pode querer parecer quem não é”, alerta Flávio Mesquita, cocriador do método GrowCoaching e do programa de formação TeenCoaching.
É importante que os pais auxiliem nesse processo fazendo boas perguntas, de modo que o filho perceba o que é o que não é negociável para si. Por exemplo, ele pode aprender a jogar futebol porque os amigos gostam, embora prefira vôlei. Mas não precisa fazer coisas que violentam seus princípios e valores só para ser respeitado pelo grupo.
Em relação à escola, Flávio sugere que haja uma visão individualizada dos alunos novos, de maneira que sejam estimulados pela instituição a se integrarem em atividades relacionadas a seus interesses. “Se o jovem tem talento para ciências exatas, seu professor pode inscrevê-lo na olimpíada de matemática; se é esportista, pode ser convidado a entrar para o time do colégio”, sugere.