Por: Marcia Belmiro | Adolescentes | 30 de junho de 2018
Você certamente já deve ter ouvido de alguém, ou você mesmo já disse frases como: “na minha época era muito diferente…”, “se isso acontecesse na escola em que estudei…”. De fato, os tempos mudaram, a maior parte das coisas também foi transformada e não seria diferente com o crescimento das novas gerações.
A infância e, principalmente, a adolescência foi altamente impactada por essas transformações. Em grande parte, pelo surgimento e desenvolvimento das novas tecnologias. Mas, também, por alterações nos costumes e estilos de vida da população.
O problema de se ficar apegado a uma época, ao que era diferente, é que esse tipo de pensamento aumenta, ainda mais, o distanciamento que já existe naturalmente entre as gerações, por conta das transformações nos últimos anos. E isso impacta diretamente os adolescentes e os adultos que lidam com eles.
Para compreender melhor este fenômeno, basta comparar as fontes de conhecimento. Na adolescência das gerações que, hoje, têm de 30 a 70 anos, quando se queria adquirir cultura ou obter informações – fora o que já era ensinado nas escolas –, precisava-se consultar os livros ou perguntar para alguém. Geralmente, pais e professores. Esse grupo, formado pelas últimas três ou quatro gerações, tinham também como hábito fazer pesquisas na Enciclopédia Barsa, ou seja, as principais referências de conhecimento eram a biblioteca e a escola. O saber tinha endereço certo.
Atualmente, ao contrário, o saber possui milhares de endereços. Principalmente entre os jovens, toda e qualquer informação desejada é consultada, prioritariamente, na internet. E isso não significa que as fontes sejam duvidosas. Milhares de sites e blogs permitem acesso a bibliotecas do mundo inteiro, por exemplo. Tal facilidade contribui para que filhos e alunos questionem mais as informações, discordem, busquem suas próprias fontes.
Dessa forma, alguns adolescentes acreditam que não precisam prestar atenção em conhecimentos tradicionais passados de gerações para gerações. Por exemplo, é muito comum um jovem não ter o menor interesse em aprender, com a sua mãe, como se faz uma lasanha. Ele sabe que o dia que desejar fazer uma, terá acesso a tutoriais extremamente detalhados, com vídeos e explicações de altos chefs de cozinha.
Pais e professores já não são mais vistos como os seres que possuem um conhecimento inquestionável. Por isso, o desafio atual é ressignificar essas relações. Tanto a escola quanto o educador continuam tendo um papel fundamental na adolescência de um indivíduo. Cabe a eles ajudar o jovem a consolidar o conhecimento, colocar o que aprendeu em prática, conectar saberes, desenvolver um pensamento científico e o senso crítico, trabalhar em equipe, entre outras habilidades.
Da mesma forma, os pais. Ainda que os filhos consigam informações em outros meios, eles seguem tendo um papel altamente relevante na construção de suas personalidades, como o de ajudar e amadurecer os relacionamentos, lidar com frustrações, ter perseverança, valorizar o outro, e ser tolerante. Tais aprendizados são até mais importantes do que a própria informação em si.
Tanto o coaching enquanto processo integral junto à família como o coaching aplicado ao ambiente escolar possuem um papel diferenciado na identificação dessas mudanças. O coach de adolescente, chamado de TeenCoach®, contribui na ressignificação dessas relações valorizando os seus aspectos únicos e essenciais, visando o fortalecimento das interações do jovem, dentro e fora de casa.