A importância dos cuidados com a saúde na adolescência
Por: Marcia Belmiro | Adolescentes | 01 de outubro de 2019
Na adolescência, o indivíduo passa da fase de ser cuidado para a de cuidar de si. Inclui-se aí a responsabilização pela rotina de higiene, sono, alimentação e vida ativa, até o uso correto de remédios prescritos pelo médico.
Carvalho et. al, no artigo “Autonomia do cuidado na perspectiva de viver saudável do adolescente”, explicam que esse caminho não é linear: “Diz-se que a puberdade é a maturação do corpo e a adolescência é a maturação do ser. Logo, isso pressupõe a possibilidade de ritmos diferenciados entre a parte biológica e a psíquica de cada um, o que implica uma certa imaturidade para a realização do autocuidado (Pigozzi, 2002).”
Apesar do afastamento que ocorre naturalmente entre os adolescentes e a família nesta etapa da vida, pesquisadores analisam a importância de o processo de transição do ser cuidado para o cuidar de si ser incentivado em casa, posto que a família é o primeiro núcleo social do qual o indivíduo faz parte, e no qual as relações estabelecidas são mais fortes. “É neste grupo social que são experienciadas as primeiras ações de cuidado, sendo, também, a partir deste grupo que as vivências sobre o cuidar se estabelecem consigo e com o outro. […] . O desenvolvimento integral depende tanto dos cuidados relacionais que envolvem a dimensão afetiva como dos cuidados com os aspetos biológicos do corpo.”
A importância da prevenção
No artigo “Prevenção primária em saúde na adolescência”, os autores analisam que “comportamentos de risco à saúde na adolescência podem ter um efeito duradouro no ciclo de vida levando à morbidade e mortalidade tardias (exemplo: na adolescência podem ter início práticas de abuso de álcool e fumo, o que contribui para o desenvolvimento de diversas doenças crônicas na meia-idade e na velhice)”. Por outro lado, “o desenvolvimento de comportamentos de proteção à saúde na adolescência pode também ter um efeito positivo duradouro nas etapas seguintes da vida”.
“Quando damos enfoque à manutenção da saúde, reduz-se muito a necessidade futura de tratamento de doenças. E isso é possível com orientações e monitoramento contínuo dos pais. A importância do modelo positivo também é enorme. Pesquisas mostram que famílias que comem bem juntas e se exercitam juntas são mais saudáveis”, exemplifica Flávio Mesquita, cocriador do método GrowCoaching e do programa de formação TeenCoaching.