Como conquistar a atenção do adolescente em sala de aula sem ameaças nem punições?

Como conquistar a atenção do adolescente em sala de aula sem ameaças nem punições?

Por: Marcia Belmiro | Adolescentes | 04 de setembro de 2019

De acordo com a Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis, na sigla em inglês), feita entre os países integrantes da OCDE, o Brasil é o terceiro país com pior aproveitamento em sala de aula — à frente apenas da África do Sul e Arábia Saudita. Em média, os professores brasileiros passam apenas 67% do tempo em atividades ligadas ao processo de aprendizado (o restante é dedicado a tarefas administrativas, como a chamada de presença, ou disciplinares, como manter a ordem entre os alunos). Cruzando este dado com informações sobre desinteresse acadêmico e evasão escolar, nota-se que é um desafio dos educadores do país conquistar a atenção dos alunos.

Hoje vamos falar especificamente em relação aos estudantes adolescentes. É preciso levar em conta que nesta fase da vida os alunos estão em plena construção da própria identidade, e é preciso exercitar o não julgamento e o acolhimento para escapar à tendência natural dos adultos de desvalorizar as questões dos jovens. É importante também levar em conta que “o adulto da relação” professor/aluno é que terá a responsabilidade de fazer uma mudança para melhor; neste caso, o professor.

“A metodologia de ensino nas instituições se mantém no modelo antigo, de quando a maioria dos alunos de hoje nem era nascida. Acrescido a isso há a baixa seletividade cerebral ocasionada pelo desenvolvimento incompleto do neocórtex adolescente, o que amplia a dificuldade de entendimento entre educadores e educandos”, analisa Flávio Mesquita, cocriador do método GrowCoaching e do programa de formação TeenCoaching.

Flávio traz um exemplo prático desse distanciamento entre o mindset de jovens e adultos: “É comum o professor que diz que para ir bem na prova é só sentar e estudar. Acontece que o aluno de hoje precisa de um propósito que o motive. Se não vê um interesse real no conteúdo, dificilmente haverá comprometimento.”

A importância de boas perguntas

Para ajudar nesse movimento de aproximação entre professor e aluno, o TeenCoach pode fazer boas perguntas para ambos. Por exemplo:

– Para o professor: O formato atual das aulas está de fato funcionando (ou seja, está conquistando o engajamento, a confiança e a cumplicidade dos alunos, e não só silêncio em sala motivado por ameaças e punições)?

– Para o adolescente: Qual a importância, na sua opinião, de ter bom resultado na escola? Como você pode chegar a ele? Quem poderia ajudá-lo nisso e como?
Se interessou por esta forma inovadora de se relacionar com adolescentes? Saiba mais em https://coachinginfantojuvenil.com.br/formacoes-em-coaching/formacao-teen-coaching-professional/.
Fonte: “Professor brasileiro perde mais tempo de aula e lida mais com bullying”. Disponível em https://exame.abril.com.br/brasil/professor-brasileiro-perde-mais-tempo-de-aula-e-lida-mais-com-bullying/.

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