Como ter uma comunicação adequada e eficaz com as crianças?
Por: Marcia Belmiro | Crianças | 19 de setembro de 2019
Seja você professor, pai, mãe ou cuidador, certamente passa por situações de conflito no processo de educação da criança. Nesses momentos, é quase irresistível usar de coerção e punições para alterar o comportamento indesejável do pequeno. Mas existe uma forma mais adequada e eficaz para fazer isso – e, principalmente, mais empática.
É a comunicação não violenta (CNV), metodologia criada pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg na década de 1960, e atualmente utilizada em todo o mundo, de famílias a sistemas de Justiça, na mediação de conflitos. A chave para esse tipo de comunicação é o diálogo com empatia.
Quando falamos de empatia, é importante deixar claro que não se trata de aconselhar, fazer uma competição de quem sofre mais, consolar, dar uma lição de moral, desviar do assunto, solidarizar-se adotando postura infantilizante, julgar quem está certo e quem está errado ou fazer um interrogatório. A empatia exige escuta ativa, silêncio e compaixão (não confundir com pena) pela dor alheia. Quando calçamos os sapatos do outro, metaforicamente falando, podemos perceber onde o calo dele aperta.
A partir daí, é possível resolver as questões que nos incomodam sem precisarmos nos esquivar delas, mas ao contrário, fazendo uma confrontação positiva. Marshall Rosenberg diz que evitar o conflito não é a melhor saída, pois a omissão é também uma forma de violência.
A CNV se baseia em quatro passos:
1 – Observar sem julgar;
2 – Identificar sentimentos;
3 – Reconhecer necessidades não atendidas;
4 – Fazer um pedido específico.
Como aplicar com crianças? Veja um exemplo prático:
1 – “Quando vejo suas meias sujas no chão…”
2 – “… me sinto triste…”
3 – “… porque preciso de organização na casa.”
4 – “Você poderia botar as meias para lavar depois de usá-las?”
Veja que isso é muito diferente de “Como você é bagunceiro, sempre deixa as meias sujas no chão! Da próxima vez vou jogá-las fora para você aprender!”
Confira a seguir a lista de sentimentos: a) quando as necessidades estão sendo atendidas; b) quando as necessidades não estão sendo atendidas.
Se quer saber mais, leia Comunicação não violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Marshall Rosenberg. Editora Ágora, 2006.