Por: Marcia Belmiro | Filhos | 09 de outubro de 2017
O desfralde se mostra frequentemente como uma questão bastante delicada para os pais —principalmente os de primeira viagem —, que não sabem exatamente como dar esse passo. Por mais que não exista uma fórmula mágica, certamente existem algumas orientações que podem facilitar o processo:
A importância de respeitar o ritmo da criança
Para que o desfralde seja bem-sucedido é fundamental respeitar as capacidades desenvolvidas pela criança em cada momento, bem como seu ritmo de aprendizagem. Um desfralde prematuro, antes que a criança tenha consciência do funcionamento do próprio corpo, pode acarretar muita frustração não só para os pais, mas também para a criança.
Não existe uma idade certa para começar o desfralde, mas de maneira generalizada, o infante começa a estar pronto para este momento a partir dos dois anos e meio ou três anos. No entanto, como cada caso tem suas particularidades, existem três grandes fases que podem auxiliar os pais a entender o melhor momento para realizar o desfralde. São elas:
PRIMEIRA FASE: a criança percebe que fez
Nesta primeira fase, começa a ficar óbvia para a criança a diferença que existe quando a fralda está seca e quando a fralda está suja. Isso pode aparecer de uma maneira mais sutil, como quando a criança confirma com a cabeça ou dá um sorriso ao ser indagada sobre ter feito xixi ou cocô. Também pode se explicitar de maneira mais óbvia, quando a criança avisa aos cuidadores que está com a fralda cheia.
SEGUNDA FASE: a criança avisa que está fazendo
Neste momento, verifica-se um grande avanço com relação ao momento anterior, pois a criança começa a desenvolver uma autoconsciência corporal de que algo está acontecendo na hora em que o corpo excreta suas necessidades. Isso se torna bastante claro para o observador a partir das expressões faciais e comportamentos da criança, que em muitos casos escolhe um cantinho para se sentar ou agachar e faz aquela cara muito característica de esforço.
Esta etapa é muito interessante, pois a criança começa a perceber claramente as sensações causadas pelas passagens do reto e da uretra, além de alertar sobre as fraldas sujas e exigir que sejam trocadas. Entretanto, este ainda não se apresenta como o momento mais propício para a realização do desfralde, pois ainda é preciso que a criança desenvolva uma habilidade fundamental de controle esfincteriano para que seja possível perceber a hora de segurar e a hora de soltar os esfíncteres. Isso faz parte do desenvolvimento neurológico psicomotor infantil.
TERCEIRA FASE: a criança consegue avisar que está com vontade
Esta hora é a mais interessante para iniciar o treinamento, pois a criança começa a ter tanta consciência do seu processo de excreção que é capaz de reconhecer o desejo de urinar ou defecar antes mesmo que isso ocorra. É importante ter um diálogo próximo e horizontal com a criança para que ela não se sinta julgada nem criticada, porque o controle ainda não está plenamente estabelecido e, às vezes, entre a criança avisar e chegar ao local apropriado pode acontecer um escape. Para que o treino seja efetivo é preciso tranquilidade para lidar com imprevistos, de modo que a criança se sinta verdadeiramente apoiada nessa nova fase e possa atingir o melhor de seu potencial em seu próprio tempo.
Ou seja, não existe um tempo pré-determinado que faça com que a criança esteja “avançada” ou “atrasada”, existe apenas o tempo singular de cada ser humano. Assim, é importante que essa fase do desfralde seja vivida de maneira lúdica, agradável e natural para que a criança se sinta estimulada a prosseguir com o treinamento que certamente não acontecerá em apenas poucos dias, mas deve ser vivido ao longo do tempo.
Toda atenção é dada à criança no momento em que ela identificar que precisa ir ao banheiro! Valorizando e elogiando todos os seus sucessos.