Dois princípios para mudar a relação professor-aluno

Dois princípios para mudar a relação professor-aluno

Por: Marcia Belmiro | Educação | 10 de fevereiro de 2020

Você é professor ou professora e sente que, apesar de fazer o seu melhor todos os dias, parece que não é o suficiente? Os estudantes não param de fazer bagunça e conversar? Ou a turma permanece quieta, mas alheia a seus estímulos, sem fazer perguntas ou demonstrar interesse pelo que você fala? Às vezes você sente como se estivesse falando com as paredes?
Se você deseja mudar a relação que tem com seus alunos e entende que esta é uma responsabilidade sua, como adulto da relação e educador, confira o que Marcia Belmiro e Sabrina Oliveira têm a dizer:

Ser coerente

“A geração z não aceita bem hierarquias institucionalizadas. Para as crianças e adolescentes de hoje não faz sentido alguém dizer ‘aqui sou eu que mando, agora vocês me obedecem’, algo que era tão natural na educação dos adultos de hoje. Sendo assim, a mãe, o pai ou professor só ganha verdadeiramente respeito desses jovens – e consequentemente autoridade – não pela imposição, mas conquistando-os. E isso acontece por meio do exemplo.

Para essa geração, a coerência é um valor muito importante. Por exemplo, se o professor diz que os alunos devem cumprir os prazos de entrega das tarefas mas ele mesmo atrasa a entrega das notas, isso pode minar completamente a relação com os alunos. Por outro lado, se o professor demonstra ações coerentes com sua fala, ele cativa o respeito dos jovens e se transforma em exemplo positivo para eles”, analisa Sabrina Oliveira.

Acreditar nos alunos

“Esse acreditar não é simplesmente o professor dizer que acredita na turma, mas mostrar isso no dia a dia. Alguns parâmetros para balizar o educador nesse ponto são o não julgamento, a não sugestão e a autorresponsabilidade. Quando temos uma conduta baseada nesses três elementos, a relação com a criança e o adolescente invariavelmente é positiva. Mudar a postura requer acreditar que o aluno não está fazendo algo que te incomoda (ex.: conversar na hora da explicação) com o objetivo de aborrecê-lo ou deixá-lo cansado, é preciso entender que ele tem seus motivos próprios. Nesse caso, é possível perguntar a ele (mas não com aquela frase clássica: ‘menino, por que você está fazendo isso?’, já com o tom de voz alterado – pois isso de nada adianta). Ao agir assim, é provável que o aluno dê uma justificativa qualquer, como ‘mas fulano começou a falar primeiro’, sem verdadeiramente provocar nele uma reflexão.

Quando o professor abre espaço para os estudantes dizerem como se sentem, o que pensam, quais são suas necessidades não atendidas e como eles acreditam que o plano de aula pode ser cumprido no prazo de uma forma mais agradável para todos, provavelmente vai se surpreender com as respostas e com a consequente mudança de comportamento em sala. Acreditar verdadeiramente nos alunos, crer que eles querem aprender e que podem mudar seus padrões de comportamento e resultados pode transformar essa relação”, observa Marcia Belmiro.

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