Por: Marcia Belmiro | Crianças | 18 de outubro de 2019
A infância é permeada de medos, e um dos mais comuns é o medo de escuro. Os pais se preocupam muito por acreditar que esse temor pode se estender indefinidamente. De acordo com estudiosos, é normal que o medo do escuro apareça por volta dos 3 anos e, se bem administrado, em condições normais termina até o fim da infância. No entanto, pesquisas mostram que cerca de 10% dos adultos relatam fobia de escuridão.
“Os medos são a forma que as crianças têm de lidar com as inseguranças do dia a dia. E não é fingimento, elas de fato veem monstros no escuro, assim como veem amigos imaginários. A infância é uma fase na qual as fantasias assumem contornos reais”, analisa Marcia Belmiro, psicóloga e criadora do Método KidsCoaching.
Marcia sugere que os pais não desqualifiquem o medo, com frases como “isso é besteira”, “pode voltar para o seu quarto e dormir sozinho que nada vai acontecer” ou “para de chorar por essa bobagem”. Ir ao outro extremo, supervalorizando a questão, também pode ser contraproducente, sob o risco de aumentar o temor do pequeno.
“Vemos na prática que o que funciona é acolher o que a criança relata, perguntando o que exatamente ela vê, como se sente nessa situação. Ao dar espaço para a fala infantil, o filho muitas vezes consegue identificar sozinho o que é fantasia do que é realidade”, relata Marcia.
Outra orientação que a Coach dá é que os pais incentivem a criança a buscar as próprias soluções. Ao se sentir empoderado, o pequeno será capaz de descobrir em si mesmo condições para vencer o medo. Esse tipo de saída pode parecer estranho para nós, adultos, acostumados a dar respostas prontas aos filhos. No entanto, dar espaço para que eles cheguem às próprias respostas certamente será uma experiência surpreendente.