O Desenvolvimento do Bebê (primeiro ano de vida) –  Sobre a Dependência Absoluta

O Desenvolvimento do Bebê (primeiro ano de vida) – Sobre a Dependência Absoluta

Por: Marcia Belmiro | Crianças | 20 de julho de 2018

Os primeiros meses de vida do bebê são os mais importantes para seu
desenvolvimento emocional, uma vez que é nesse início de vida que se
desenvolverão estes processos fundamentais para que a pessoa seja capaz
de reconhecer-se a si mesma enquanto sujeito pensante no mundo e
capaz de criar conexões saudáveis e bem adaptadas. Assim, é muito
importante para o bebê que o ambiente neste momento seja capaz de
propiciar tais experimentações e não bloquear estes processos naturais de
maturação.

Só para te situar: Winnicott apresenta que este desenvolvimento
emocional primitivo a que ele se refere está situado cronologicamente
antes do Complexo de Édipo (conceito da Psicanálise Freudiana), ou seja,
mais ou menos do nascimento até uns 2 anos de idade. Este período é
dividido didaticamente por ele em dois momentos: a dependência
absoluta (de 0 até +/- 6 meses) e a dependência relativa (de +/- 6 meses
até +/- 2 anos). E é no período da Dependência Absoluta que ocorrem 3
processos que são fundamentais para a continuidade da maturação do
bebê.

Tais processos se mostram apenas enquanto uma indicação didática do
que ocorre neste início de vida, uma vez que não podem ser tomados de
forma alguma como regra absoluta e universal; há sempre singularidades
dentro destas generalizações. De toda maneira, esses processos são: 1)
integração, 2) personalização e 3) realização.

  1. Integração: o processo de integração no bebê diz respeito ao
    sentimento de viver dentro do próprio corpo, de forma a sentir que
    o mundo é real. Aqui neste processo, pelo seu fator corporal
    intenso, o autor demarca de maneira enfática a importância do
    cuidado e contato físico fornecido pelos cuidados maternos: “ (…)
    um bebê que não teve qualquer pessoa para juntar seus pedaços
    começa com uma desvantagem sua própria tarefa de autointegração e talvez não consiga compreendê-la, ou pelo menos não consiga manter sua integração com confiança.”(D. W. Winnicott)
  2. Personalização: tal processo relaciona-se com o primeiro, mas diz
    respeito mais especificamente da formação de um self corporal,
    uma integração psique e soma, uma identificação com o próprio
    corpo. Ou seja, é a compreensão de que aquela unidade integrada é
    algo que pode chamar de si próprio, é o que diz “EU”.
  3. Adaptação à Realidade: esse processo diz respeito à uma aceitação
    por parte da criança de que existe um mundo para além de si
    próprio – tempo e espaço – que lhe ultrapassa em suas vontades e
    desejos.

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