Como manter o relacionamento com os filhos a distância
Por: Marcia Belmiro | Crianças | 22 de outubro de 2019
Na relação entre pais e filhos, há momentos de distância mais ou menos longos, dependendo do motivo – pode ser uma viagem a trabalho ou lazer, a mudança de cidade de um dos pais ou até a separação do casal, quando a guarda fica geralmente com a mãe.
Em todas essas situações, é preciso manter a relação o mais próxima possível com as crianças – lembrando que, perto ou longe, é dever tanto do pai quanto da mãe acompanhar a rotina dos filhos, orientar e educar.
Já na saída é importante que haja honestidade dos pais. Se a viagem vai durar alguns dias, não adianta dizer “vou ali e já volto”, ou, em caso de divórcio, falar que “nada vai mudar”. Essas frases não acalmam a criança, como acreditam os pais. Pelo contrário, ela percebe por conta própria que não é bem assim e passa a temer que outras coisas que ouviu também não sejam verdade.
É válido explicar o motivo da ausência, o tempo que vão ficar sem se encontrar, o que vai acontecer nesse período na sua vida e na do seu filho, em uma linguagem adequada à idade (ex.: Enquanto eu estiver fazendo esse curso que é muito importante para mim, você vai para a escola a semana toda e vai dormir com a vovó. No sábado, que é o dia que você não tem aula, eu vou voltar). Mesmo bebês e crianças que ainda não falam necessitam saber o que vai acontecer de novo com a mudança – seja ela provisória ou permanente.
Nada substitui a proximidade física, assim o ideal é ter estratégias para minimizar a saudade e evitar que a ausência cause danos na relação:
– Quando o pai ou a mãe moram em outra cidade, podem organizar uma agenda de encontros. Isso cria uma (nova) rotina, o que é importante para a criança;
– Usar a tecnologia a seu favor: ligações de vídeo, mensagens de celular, áudios e fotos para que pais e filhos possam compartilhar o que estão vendo, fazendo e sentindo à distância;
– Ter segurança sobre o motivo da ausência. Quando não há essa clareza, provavelmente os pais se sentirão culpados e os filhos, confusos;
– Não cair na armadilha de compensar a ausência com presentes. Eles só acalmam a consciência dos pais, mas não têm grande efeito sobre a psique das crianças e ainda estimulam o consumismo.