“Sei toda a teoria, mas na hora da birra me descontrolo!”
Por: Marcia Belmiro | Crianças | 09 de março de 2021
Como encontrar um novo caminho para criar os filhos, diverso do padrão tradicional – sem brigas, palmadas, barganhas nem punições – e que funcione?
Esse é o questionamento de muitas mães atualmente. Elas sabem dos prejuízos da educação de antigamente (em geral por experiência própria), mas não sabem o que inserir no lugar.
Grande parte dessas mães lê muito sobre criação de filhos, faz cursos, mas parece que na hora H todo o conhecimento some! Isso acontece porque, diante de uma situação de caos (briga entre irmãos, birra no shopping – insira aqui o que desejar), instintivamente nos parece pouco provável que uma nova abordagem vá resolver o problema – ignorando que a velha abordagem tampouco deu certo.
Como consequência, nos momentos de dificuldade essas mães se sentem ainda piores do que as mães delas se sentiam. Têm pensamentos como “tenho que me policiar”, mas na prática – como esse policiamento não funciona – agem como se estivessem aplicando chibatadas a si mesmas, punindo-se com altas doses de culpa.
Sabe aquela frase famosa: “Grandes poderes geram grandes responsabilidades”? O problema é que quando a pessoa detém conhecimento, acredita que não pode errar na educação do filho nunca mais na vida.
Esse tipo de pensamento é ainda mais comum entre mães que são psicólogas, pedagogas, KidCoaches, professoras. Elas se sentem mal porque supostamente deveriam ter uma relação perfeita com seus filhos, embora isso seja humanamente impossível. Essas mulheres dizem coisas como: “No trabalho tenho a maior paciência com as crianças, mas chego em casa e explodo com a maior facilidade.”
Para além disso, é muito comum que as mulheres vejam a si mesmas quando olham para os filhos. Nesse momento, vêm à tona os traumas e dores da própria infância, e surge o impulso de se distanciar o máximo possível da criação recebida.
“A discussão aqui não é se os seus pais cometeram erros ou não (porque é certo que o fizeram, como aliás todos os pais). A questão é a necessidade de se livrar do lugar de filhas para que possamos criar nossas crianças como as mães que hoje somos, com maturidade e olhando para os nossos filhos como de fato são, e não como os vemos muitas vezes: um reflexo atualizado de nós mesmas”, alerta Marcia.
Ah, uma última coisa: A expectativa irreal é a mãe da frustração. É fundamental ter confiança em si mesma, mas com expectativas realistas. A mãe ideal só existe no mundo das ideias. 😊