A importância da formação continuada dos professores

A importância da formação continuada dos professores

Por: Marcia Belmiro | Adolescentes | 18 de maio de 2020

A formação continuada do professor é capaz de, a um só tempo, trazer melhora no resultado acadêmico dos alunos e mais satisfação para os educadores. Chegamos a essa conclusão ao avaliar duas pesquisas: o estudo “Formação continuada de professores no Brasil” (2014) e a “Pesquisa profissão docente” (2018).

A primeira (realizada em parceria do Instituto Ayrton Senna com o Boston Consulting Group) apresenta desafios e oportunidades relacionados à formação continuada de docentes no Brasil. De acordo com essa pesquisa, estudantes expostos a bons professores aprendem de 47% a 70% a mais do que aprenderiam em média em um ano escolar.

O segundo estudo, do IBOPE, analisa que educadores de todo o Brasil consideram que “dar mais oportunidades de qualificação para os professores que já estão atuando nas escolas” é a medida mais eficaz para a valorização docente.


Formação continuada e a BNCC

Atualmente, o tema do aperfeiçoamento constante dos professores está em alta, por conta da entrada em vigor da BNCC. De acordo com parecer do MEC “Diretrizes curriculares nacionais e Base Nacional Comum para a formação inicial e continuada de professores da educação básica” (2019), a BNCC é o “passo decisivo para a melhoria da educação infantil e do ensino fundamental, para o aperfeiçoamento […] dos programas de formação continuada de professores”.

Isso porque, em seu texto, a BNCC propõe repensar o modo como se aprende e, consequentemente, como se ensina. Essa mudança exige um planejamento cuidadoso das formações – iniciais e continuadas –, a fim de que os professores sejam plenamente capacitados para inovar nas práticas pedagógicas, manter um canal de escuta aberto com os alunos e aprimorar suas próprias habilidades, tanto profissionais quanto pessoais.

Essa discussão também traz à tona a Lei 11.738/2008 – conhecida como Lei do Piso –, que determina o uso de um terço de hora-atividade para práticas fora de sala de aula, como aquelas voltadas à formação regular do professor. O parecer do MEC cita o estudo “A atratividade da carreira docente no Brasil”, da Fundação Carlos Chagas, que define que a formação continuada tenha os seguintes pilares: foco no conhecimento pedagógico do conteúdo; uso de metodologias ativas de aprendizagem; trabalho colaborativo entre pares; duração prolongada da formação; e coerência sistêmica (ou seja, estar em conformidade com as demais políticas educacionais em nível nacional).

Como educadora, penso que a formação continuada é uma maneira de o professor ter satisfação com o próprio trabalho, de poder alcançar os alunos, que chegam todo ano cada vez mais diferentes, de sair da zona de conforto, dessa posição de que ‘antes funcionava desse jeito’. A questão é que agora não funciona mais, e o que se pode fazer para funcionar? É importante ressaltar que a formação continuada não fique só no âmbito técnico, mas chegue também no patamar da inteligência emocional, que tem relação direta com a motivação dos alunos e o engajamento do grupo escolar como um todo, incluindo pais e direção”, analisa Sabrina Oliveira.

Fontes:

Parecer do MEC “Diretrizes Curriculares Nacionais e Base Nacional Comum para a Formação Inicial e Continuada de Professores da Educação Básica”. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/setembro-2019/124721-texto-referencia-formacao-de-professores/file

Desempenho de alunos melhora com professor capacitado”. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/artigo/-/asset_publisher/B4AQV9zFY7Bv/content/desempenho-de-alunos-melhora-com-professor-capacitado/21206

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