Como educar filhos desobedientes

Como educar filhos desobedientes

Por: Marcia Belmiro | Filhos | 15 de maio de 2018

Atualmente é notória uma grande preocupação dos pais em como educar seus filhos sem utilizar-se dos métodos tradicionais, frequentemente agressivos, para delinear os limites para as crianças. Embora seja um movimento extremamente importante, também é bastante cansativo e constantemente solitário, pois os familiares não sabem onde buscar auxílio quando os filhos se mostram desobedientes.

O que não funciona ao lidar com a desobediência infantil

Os problemas mais frequentes, como a criança fingir que não ouve aquilo que se pede ou tentar a todo custo ter privilégios sobre seus irmãos, possuem soluções muito mais eficazes que simplesmente impor um castigo ou limitar algum tipo de prazer — como o corte da hora do videogame. Todos os pais desejam que seus filhos sejam capazes de reconhecer a importância das regras e normas a serem cumpridas, mas nem sempre se preocupam em construir um diálogo horizontalizado com eles para que entendam o porquê destas normas e possam exprimir seus pontos de vista sobre elas.

A criança pequena não entende que você a proíbe de colocar o dedo na tomada para protegê-la, e não para impedi-la de se divertir. É justamente por isso que você deve aproveitar esses momentos para investir em atenção amorosa e diálogo explícito, de modo que pouco a pouco seja desenvolvida uma relação de troca e confiança em que a criança seja respeitada para também aprender a respeitar. Ou seja: não adianta gritar a plenos pulmões “saia já daí! tire o dedo da tomada, menino!” cada vez que a criança se aproximar da tomada, pois essa atitude não vai fazer sentido na cabeça dela e ela pode continuar desobedecendo justamente por estar se sentindo demasiadamente contrariada em suas vontades.

Muitas vezes, desesperados por realizar uma intervenção que funcione, os pais aplicam castigos duros demais e acabam voltando atrás em sua palavra, ou tentam chantagear seus filhos a realizar determinada tarefa por meio da compra de bens materiais. Todas essas formas de impor o desejo dos pais sobre os filhos têm as maiores chances de serem frustradas por não serem capazes de atingir a raiz dos problemas.

Quais atitudes positivas posso tomar ao educar meus filhos?

Colocar-se em uma postura empática e abaixar até a altura da criança para compartilhar com ela suas preocupações, como o que poderia acontecer a ela caso continue brincando com a tomada, fará com que ela se sinta respeitada e valorizada, sendo muito mais capaz de escutar o que lhe está sendo pedido e esperado de seu comportamento.

Dessa forma, ao educar as crianças uma atitude coaching pode-se mostrar como uma excelente saída para que os pais possam realmente lidar com essas questões em vez de apenas mascará-las. Por meio do respeito acima de tudo, assim como o uso de ferramentas e técnicas adequadas para ajudar as crianças a atingirem o melhor de si, pais que tem conhecimento sobre o coaching tem relatado uma grande revolução no comportamento de seus filhos e uma melhora substancial em sua relação com eles — que muitas vezes acaba desgastando-se com constantes brigas que não resolvem nada de verdade.

Uma postura coaching envolve necessariamente dialogar com seus filhos estabelecendo regras e limites com eles, e não para eles. Assim, é possível estimular a capacidades de auto responsabilização nas crianças, além de preocupação com as consequências que suas atitudes podem desencadear. Iniciativas como promover reuniões de família mostram-se muito mais eficientes do que ameaças e humilhações, que são capazes apenas de desencadear dúvidas nos jovens, que questionam a si mesmos e seu caráter. A repreensão de atitudes ruins deve ser feita como um ato de amor e não apenas como uma punição terrível.

A construção desse diálogo horizontal, além do reforço positivo às boas atitudes por meio de elogios, carinho e atenção, são atitudes capazes de ajudar crianças e adolescentes a desenvolverem uma boa autoestima, um fator fundamental para se evitar sintomas agressivos ou até mesmo a drogadição.

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