Como lidar com a transição da infância para a adolescência

Como lidar com a transição da infância para a adolescência

Por: Marcia Belmiro | Educação | 10 de setembro de 2019

A pré-adolescência é definida pelos estudiosos, em geral, como a fase entre 10 e 14 anos de idade. Neste período ocorre a transição da infância para a adolescência propriamente dita. Em termos comportamentais, é quando o indivíduo passa do estágio de ser cuidado para o de cuidar de si – quando chegar à idade adulta, terá entendimento suficiente para cuidar do outro.
Leila Maria Ferreira Salles, no artigo “Infância e adolescência na sociedade contemporânea: alguns apontamentos”, cita os conceitos de Aberastury e Abramo quando diz que esta fase é “um período de experimentação de valores, de papéis sociais e identidades, e da ambiguidade entre ser criança e ser adulto”.
Entre as habilidades esperadas na segunda fase – cuidar de si – estão a arrumação do espaço próprio (seu quarto, seu armário, seus pertences), a consolidação de hábitos de saúde e higiene (tomar banho, escovar os dentes, se alimentar adequadamente) e a organização de seus horários de estudo e lazer.

 

A marca da transitoriedade

A função dos adultos de referência aqui é auxiliar o jovem a passar da primeira fase para a segunda. “Os pais definem os parâmetros razoáveis para sua conjuntura familiar, sem no entanto decidir pelo filho. O adolescente pode escolher se vai estudar logo que chegar da escola ou se vai descansar antes, mas o fato de estudar é inegociável”, ilustra Flávio Mesquita, cocriador do método Grow Coaching e do programa de formação TeenCoaching.
Enquanto há adolescentes que precisam de estímulo constante para realizar as tarefas do dia a dia, outros se sentem aptos a “pular de fase”. “Um exemplo clássico é o do jovem que quer um cachorro. Os pais dão o animal, mas depois o filho não consegue alimentá-lo, dar banho, passear com ele. Há o desejo, mas ainda não há maturidade suficiente para cuidar de outro ser”, analisa Flávio.

 

Espelho, espelho meu

Uma das alterações mais perceptíveis dessa fase diz respeito ao visual. No e-book Sete principais dores do adolescente, integrante do programa de formação TeenCoaching, estão listadas as maiores dificuldades desses indivíduos. Entre elas estão “mudanças no desenvolvimento físico” e “lidar com a aparência”.
Essas inseguranças podem acarretar sentimento de rejeição no jovem, e é a percepção de que “nunca vou ser aceito nem amado por ninguém”. Com escuta ativa e boas perguntas, os pais podem empatizar com essas dores, sem menosprezá-las nem supervalorizá-las, ajudando os filhos a encontrar alternativas de se sentir mais confiantes e confortáveis consigo mesmos sem prejudicar a saúde (com dietas restritivas ou uso de anabolizantes, por exemplo) ou tentar ser quem não são (tendo atitudes que vão de encontro a seus valores).
Acreditamos que os pais são os melhores coaches de seus filhos, mas há casos em que uma ajuda profissional é necessária. Contudo, vale lembrar que mesmo fazendo um processo de TeenCoaching os adolescentes não se tornarão autossuficientes. Eles certamente terão mais autoconhecimento e autoestima para lidar com suas questões; no entanto, continuarão a ser adolescentes passando por um processo de desenvolvimento e, portanto, dependentes dos adultos em certos aspectos.

Fontes:

“Infância e adolescência na sociedade contemporânea: alguns apontamentos”. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-166X2005000100005

E-book Sete principais dores do adolescente, integrante do programa de formação TeenCoaching.









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