Por: Marcia Belmiro | Educação | 30 de janeiro de 2020
De acordo com o dicionário, patriotismo é definido como amor à pátria. Na prática, no entanto, esse conceito se mostra um pouco mais complexo que isso. Ao longo da história – não só nacional, mas mundial –, o patriotismo, por motivações políticas, já foi confundido com ufanismo, ultranacionalismo e mesmo xenofobia.
Neste momento político em que nos encontramos no Brasil, de extrema polarização entre direita e esquerda, é importante reafirmar que o conceito de patriotismo é independente de identificação partidária ou ideológica. Esse esclarecimento é fundamental especialmente no ambiente escolar, onde se encontram cidadãos em formação.
Diante disso, como estimular apropriadamente o patriotismo na escola? De maneira sintética, patriotismo é cidadania sem demagogia. É ensinar as crianças e adolescentes valores éticos, espírito crítico e foco no respeito ao próximo e no bem comum, independentemente das crenças do gestor da instituição, de seus professores e das famílias dos alunos.
Os símbolos nacionais – bandeira do Brasil, Hino Nacional, selo e brasão – são importantes, e sobre isso não há dúvida No entanto, um patriotismo com consciência crítica se faz para além dos símbolos. São necessárias políticas públicas que garantam emprego, renda, erradicação da miséria e qualidade de vida para a totalidade da população do país, de modo que todos possam se expressar livremente, sem uma ideologia política dominante.
O patriotismo dos tempos atuais deve acompanhar as mudanças da sociedade. Diferentemente do patriotismo ensinado para as gerações escolares passadas, deve se despir da exaltação ingênua ao país, trocando-a por consciência histórica e social, levando em conta não só o que contam os livros dos vencedores (dos exploradores portugueses e posteriormente das classes sociais influentes), mas valorizando também a versão dos povos oprimidos (índios, negros, sem-terra).