Por: Marcia Belmiro | Educação | 13 de maio de 2020
O ensino híbrido, ou blended learning, tem como premissa a integração entre ensino presencial e on-line, de forma a aproveitar o que há de melhor em ambos. De modo geral, na etapa on-line o aluno faz pesquisas e assiste a vídeos. Na etapa presencial, recebe informações do professor e discute com os colegas. Mas não se restringe a isso, sendo necessária uma grande mudança de mentalidade sobre o que é o ensino, qual o papel do professor e qual o dos alunos.
Existe desde a década de 1990 nos Estados Unidos, tendo iniciado nas universidades. No Brasil, o caminho foi parecido: começou a ser posto em prática no ensino superior, mas só bem recentemente tem se popularizado na educação básica. Segundo a estudiosa do tema Lilian Bacich, essa metodologia parte do princípio de que os alunos não aprendem todos da mesma forma. Sendo assim, a forma de ensinar também não é eficaz se for igual para todos. De acordo com Lilian, a palavra-chave do ensino híbrido é a personalização.
Integração de papéis
A ideia é mudar a lógica do professor como transmissor de conhecimento e do aluno como agente passivo no processo, integrando esses dois papéis. Lilian e sua equipe fazem grupos de experimentação em escolas no Brasil desde 2014, com resultados satisfatórios – levando em conta não só a melhora no desempenho acadêmico, mas também o fato de propiciar um aprendizado integral às crianças e aos adolescentes, contemplando as chamadas soft skills.
Os estudiosos do ensino híbrido relatam que, de maneira geral, os professores têm o desejo de inovar, mas o desafio para ampliar a proposta, especialmente na rede pública de nosso país, é a falta de infraestrutura tecnológica.
Ferramentas usadas
Nessa metodologia, é comum o uso de ferramentas como a sala de aula invertida, a rotação de estações – em que os alunos se dividem em grupos e, por exemplo, enquanto um está no laboratório de informática pesquisando, o outro está em sala de aula fazendo um debate –, e o problem based learning (traduzindo, aprendizagem baseada em problemas): o professor propõe uma situação e os alunos devem fazer pesquisas para encontrar a resposta para o desafio.
“O ensino híbrido é uma adequação do ensino à realidade do século XXI, indo ao encontro das metodologias ativas de aprendizado. É uma das grandes tendências educacionais atualmente. Para que seja eficaz, é importante que o professor direcione a turma, indicando fontes de informação confiáveis, sites conceituados. Porque se o aluno entra no Google e faz uma pesquisa sem ter um direcionamento, se depara com um mundo de informações – às vezes superficiais, outras vezes até contraditórias – e pode acabar se perdendo”, alerta Sabrina Oliveira.
Fontes:
Livro Ensino híbrido: personalização e tecnologia da educação. Bacich, Lilian et al.