Jovens esperam que a escola ajude na escolha profissional
Por: Marcia Belmiro | Adolescentes | 08 de julho de 2020
Os jovens esperam que a escola os ajude a escolher uma carreira. Essa é uma das conclusões da pesquisa Nossa Escola em (Re)Construção, feita em 2019 com 258 mil alunos de escolas estaduais de todas as regiões do país. Entre os estudantes ouvidos, um em cada três tinham essa expectativa.
Confira alguns números desse estudo:
– 35% dos estudantes esperam que a escola os prepare para o mercado de trabalho;
– 12% deles gostariam que a escola dos sonhos trabalhasse formas de autoconhecimento e habilidades de relacionamento;
– 37% desejariam que a escola tivesse orientador vocacional ou educacional;
– Apenas 3% não consideram importante receber orientações e ajuda para descobrir suas vocações, sonhos e fazer escolhas de vida;
– 22% gostariam de ter mais atividades de preparação profissional na escola.
“De acordo com a Base Nacional Comum Curricular, o autoconhecimento está incluído entre as dez competências mais relevantes a serem desenvolvidas em sala de aula, e essa é a maneira principal que a escola tem de auxiliar os jovens em sua escolha por uma carreira. Isso se dá em projetos como mostra de profissões, palestras com profissionais de diversas áreas, mas também em oportunidades de reflexão sobre suas aptidões e propósitos pessoais”, cita Sabrina Oliveira.
Sabrina analisa que muitos estudantes ainda têm a expectativa de que um orientador vocacional vai apresentar um feedback específico, do tipo “você deve estudar administração”. No entanto, é impossível esse retorno vir de outra pessoa que não o próprio adolescente. “Existem boas ferramentas de assessment no mercado, mas elas servem fundamentalmente para promover mais conhecimento sobre si mesmo, e partir daí o estudante vai encontrar sua própria resposta”, considera.
Como nossos pais
O suporte especializado de profissionais de orientação vocacional está em alta. Isso porque, de acordo com o relatório Emprego dos Sonhos, lançado este ano pela OCDE, 39% das profissões citadas correm o risco de desaparecerem ou serem automatizadas ao longo dos próximos cinco ou dez anos. O relatório traz as aspirações profissionais futuras de cerca de 600 mil jovens de 15 anos em 79 países e territórios, entre eles o Brasil.
Em comparação às respostas obtidas pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) do ano 2000, o número de carreiras citadas permaneceu praticamente igual, com leve redução, na direção contrária da tendência de mercado de surgirem novas ocupações a cada ano – metade dos entrevistados espera trabalhar em uma das dez ocupações mais citadas quando chegarem aos 30 anos.