Ser pai durante a pandemia (e para além dela)

Ser pai durante a pandemia (e para além dela)

Por: Marcia Belmiro | Adolescentes | 10 de agosto de 2020

Quando menos se espera, surgem os maiores aprendizados. Essa é a conclusão do educador físico e KidCoach Danilo Faria e do geógrafo, KidCoach e TeenCoach Glaucio Pinto sobre a experiência de ficar 24 horas por dia com suas filhas desde março, por conta do fechamento das escolas causado pela pandemia de coronavírus.

Danilo, pai de Eduarda (11 anos) e Fernanda (2 anos), conta um pouco da sua história:

Antes da quarentena, eu pouco ficava em casa. Vivia na correria, indo de uma academia para outra, dando aulas personalizadas, aulas de corrida pra adultos e treinamento funcional para as crianças no meu centro de treinamento. Agora, fico dentro de casa o dia todo com minhas crias. Com os colégios fechados, a necessidade de envolvimento na educação escolar das meninas aumentou muito. Além disso, o tempo que elas estavam na escola nos ajudava (a mim e a minha esposa) a cumprir outras tarefas profissionais. Hoje, temos que ter uma complicada harmonia para tudo acontecer ao mesmo tempo. Os desafios são muitos: aulas on-line e provas, o barulho presente nos momentos que precisaria de silêncio, a dificuldade da divisão das tarefas domésticas, qualquer fagulha pode virar um grande incêndio. Contudo, carrego a certeza de que são esses momentos que nos geram aprendizado, e sinto mais do que nunca a importância de ter a família como base. Hoje, como KidCoach, tenho ferramentas que me ajudam a conviver melhor com as meninas, o que torna as dificuldades menores e os aprendizados mais intensos.”

Gláucio, pai de Beatriz, de 17 anos, se compara a um surfista que está aproveitando as mudanças provocadas pela “onda” do coronavírus para mergulhar fundo em busca de seu desenvolvimento como pai, profissional e ser humano:

Eu e minha esposa somos coordenadores de uma escola, e Beatriz estuda lá. Antes, eu trabalhava com horários definidos, tinha pouco tempo para a família e para os afazeres de casa. Hoje a sala de jantar é a nossa ‘coordenação’, o quarto da minha filha, sua sala de aula. Apesar de irmos todos os dias para o mesmo lugar (nosso trabalho e colégio da nossa filha), ao sermos obrigados a ficar em casa estamos mais próximos como família: almoçamos e jantamos juntos todos os dias, conversamos mais, brincamos mais. Percebo que ter participado das formações Kids Coaching e Teen Coaching foi fundamental para eu estar bem tranquilo nesse momento. Os conhecimentos, técnicas e ferramentas que aprendi estão sendo muito importantes para mim, para minha família e para meu trabalho como um todo. Estou tratando este período como uma onda e, quando ela passar, vou me perguntar: ‘O que fiz durante esse tempo?’ E a resposta vai ser: ‘Surfei nessa onda nas melhores companhias que eu podia ter.”’

 

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