Como o professor pode abordar a censura em sala de aula?

Como o professor pode abordar a censura em sala de aula?

Por: Marcia Belmiro | Educação | 09 de outubro de 2019

A censura está de volta às manchetes. Depois que o prefeito Marcelo Crivella mandou cobrir com plástico preto livros da Bienal do Rio considerados “impróprios para menores” por terem temática LGBT, professores se veem às voltas com a seguinte questão: O que é censura? Quais são as motivações para essa prática? Como abordar a censura em sala de aula?
Propomos, então, uma dinâmica com filmes que tratam deste assunto, e acreditamos que possam contribuir para uma discussão que vá além do centro da questão, se expandindo para o real significado das ideologias e a importância de uma cultura crítica para a sociedade.

A menina que roubava livros
Estados Unidos/Alemanha, 2013

Durante a Segunda Guerra Mundial, uma época de muitos livros proibidos, a jovem Liesel Meminger (Sophie Nélisse) sobrevive no subúrbio de Munique através dos livros que rouba. Ajudada por seu pai adotivo (Geoffrey Rush), ela aprende a ler e partilhar livros com seus amigos, incluindo um homem judeu (Ben Schnetzer) que vive na clandestinidade em sua casa.

 

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=vAU6nG3i610

O nome da rosa
Itália, França e Alemanha, 1986

Esta adaptação do romance homônimo de Umberto Eco se passa na Itália, em 1327. William de Baskerville (Sean Connery), um monge franciscano, e Adso von Melk (Christian Slater), um noviço, chegam a um remoto mosteiro no norte do território. Como era comum na época, o mosteiro tinha uma enorme biblioteca, mas, para a Igreja, as obras deveriam ficar restritas, censuradas do restante da sociedade. William de Baskerville pretende participar de um conclave para decidir se a Igreja deve doar parte de suas riquezas, mas a atenção é desviada por vários assassinatos que acontecem no mosteiro. William de Baskerville começa a investigar o caso, que se mostra bastante intrincando, além dos mais religiosos acreditarem que é obra do Demônio.

 

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=7-yYJgpQ-CE

Bom dia, Vietnã!
Estados Unidos, 1987

Saigon, 1965. Adrian Cronauer (Robin Williams) vai para o sudeste da Ásia para trabalhar como DJ na Rádio Saigon, operada pelo governo americano. Em contraste com os tediosos locutores que o precederam, Cronauer é bem dinâmico e inicia sempre as transmissões com um sonoro e vibrante “Bom dia, Vietnã!”, tocando músicas que não tinham sido aprovadas por seus superiores. As piadas que conta durante o programa provocam a indignação de Steven Hauk (Bruno Kirby), seu superior imediato, que tenta sabotá-lo.

 

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=3mJoHqmtFcQ

Sugestão de dinâmica em sala de aula:

– Antes de projetar o filme para a turma, faça um preâmbulo sobre o assunto a ser abordado, de modo a dirigir o olhar dos alunos para o que será discutido em seguida;
– Assista ao filme com os adolescentes, e aproveite o momento para perceber as reações deles à trama;
– Depois do filme, divida a turma em subgrupos e dê a eles temas para discutir, relacionando o momento histórico do filme com o atual; a situação política de então e a de hoje; a cultura do país onde se passa a história e a cultura brasileira.
Sugerimos que o professor não se atenha à questão certo x errado, mas aproveite a oportunidade para ouvir os alunos, suas percepções e insights provocados pelo filme, relacionando-os ao conteúdo abordado na disciplina.
E será esse debate, num exercício de perceber a realidade sob ângulos distintos, que estimulará o senso crítico do adolescente e sua condição de discutir a não existência de um padrão único, mas antes a tolerância à diversidade de ideias e de posicionamentos, o que vai interferir diretamente na sua convivência social por toda a vida.

Fonte de textos e imagens: Divulgação das distribuidoras

                      






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