Por: Marcia Belmiro | Crianças | 13 de novembro de 2019
Um relatório recente do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) indicou que os alunos brasileiros estão entre os mais ansiosos do mundo – superando até países onde a cobrança por desempenho é grande, como Coreia e Hong Kong. De acordo com a pesquisa, no Brasil, 80% dos jovens de 15 anos ficam preocupados mesmo quando estão preparados para prova – a média mundial é de 55,5%. Essa dificuldade de lidar com as emoções acompanha os indivíduos até a vida adulta, e o resultado é que atualmente 9 em cada 10 profissionais são contratados pela capacitação técnica, mas demitidos por questões comportamentais.
Como mudar esse quadro?
Resposta: Desenvolvendo as competências socioemocionais dos alunos, conforme consta na Base Nacional Comum Curricular, que começa a valer a partir de 2020. Não na teoria, mas na prática, vivenciando de fato as situações por meio de dinâmicas que propiciem o diálogo empático, a escuta ativa, a consciência crítica, o empoderamento – em suma, o fortalecimento saudável da autonomia dos estudantes.
No Brasil a proposta de associar o estímulo ao desenvolvimento de habilidades socioemocionais ao currículo escolar ainda é novidade. Mas países que fizeram essa transição, como Canadá e Estados Unidos, já colhem os frutos da mudança: estudantes mais bem preparados emocionalmente para lidar com desafios – inclusive acadêmicos. Em outras palavras, melhora do aproveitamento escolar, com aumento substancial de notas nas avaliações.
De acordo com o Relatório “Habilidades socioemocionais – questões conceituais e práticas”, da Global Education Leaders’ Program Brasil, as competências socioemocionais têm impactos positivos:
Na aprendizagem: Geram ambiente mais favorável à aprendizagem e melhores resultados dos alunos nas disciplinas curriculares tradicionais.
No desenvolvimento integral: Preparam os estudantes para estar no mundo, compreender os diferentes, ser críticos e atuantes e tomar decisões pautadas na ética. Ajudam-nos a construir seu projeto de vida e a se capacitar para o mundo do trabalho.
Na promoção de equidade: Dialogam com as necessidades da sociedade civil, mobilizam famílias e contemplam seus anseios, suprem carências de oportunidades e geram impacto nos indicadores sociais.
Na mudança cultural: Transformam o currículo e a escola, estimulam a atitude cidadã, contribuem para o desenvolvimento de uma cultura de paz.
Estamos produzindo uma série de textos no blog sobre a Base Nacional Comum Curricular, e este é o segundo da série. Fique de olho para saber tudo sobre a BNCC!