Cinco modos de ser uma referência para os adolescentes
Por: Marcia Belmiro | Adolescentes | 26 de dezembro de 2019
Os pais são a primeira referência dos filhos – não só em termos de amor e caráter, mas também culturalmente, passando para eles seus gostos musicais e literários, por exemplo. Eis que chega a adolescência, e em geral acontece um certo afastamento da família. Esse movimento é natural e pode ser muito positivo, pois propicia a individuação da personalidade do indivíduo – característica necessária para se tornar um adulto saudável.
Para isso, é importante que o jovem mantenha o elo com os pais, se sabendo amado e tendo certeza de ter esse porto seguro em casa. Também ajuda muito encontrar outras referências – diferentes dos pais, mas igualmente positivas. Não referências impostas hierarquicamente, mas adultos nos quais o adolescente possa confiar e admirar, se sentindo compreendido e acolhido.
Confira aqui cinco sinais que o tornam uma referência entre os adolescentes:
Ter coerência entre o que diz e o que faz.
Se um professor fala que o aluno deve respeitar os outros, mas constantemente humilha os próprios colegas, ele não será admirado pelos jovens. Muitas pessoas nem se dão conta da própria incongruência, mas os adolescentes, com sua sensibilidade apurada, captam isso facilmente.
Não julgar.
Se o adolescente vem com uma questão até você, se mostrando vulnerável, não comece com “mas você também…” (e aí podemos completar com “nunca estuda o suficiente”, “sempre arruma confusão” etc.). Isso faz com que ele automaticamente não ouça mais nada do que você tem a dizer, por melhor que seja a orientação que vem a seguir.
Não ter respostas prontas.
Se você ouve o jovem já esperando para dizer a ele como deve resolver o problema, ou para contar como você lidou com situação semelhante quando tinha a idade dele, ele não vai te procurar da próxima vez. É cientificamente comprovado que as pessoas (adolescentes aí incluídos) só se engajam verdadeiramente nas soluções das quais elas próprias fazem parte. Ao ouvir com empatia e curiosidade, trocando o monólogo pelo diálogo, você poderá ajudá-lo a encontrar as melhores soluções para si.
Ser transparente.
Os pais, às vezes, se sentem tão angustiados com o distanciamento dos filhos que procuram o terapeuta, o TeenCoach ou o professor para “investigar” a vida do jovem. Quando você age com honestidade na relação, tratando o jovem como sujeito, sem passar por cima dele para atender a um pedido dos pais, ele se sente acolhido e percebe que este é um espaço seguro (isso exclui situações em que há risco para o adolescente ou para outras pessoas, claro).
Acreditar no adolescente.
Uma das maiores dores do jovem é se sentir constantemente inadequado e julgado. Se ele percebe que alguém acredita nele, nas suas intenções e no seu potencial de mudança, o caminho da transformação é muito mais fácil.