Como KidCoaches e TeenCoaches podem atuar no esporte?
Por: Marcia Belmiro | Carreira | 09 de outubro de 2020
Cada vez mais KidCoaches e TeenCoaches descobrem novas aplicações para as técnicas e ferramentas dos Métodos CoRE KidCoaching e GrowCoaching. Uma delas é a atuação com crianças e adolescentes atletas, que pode beneficiar muito aqueles jovens com talentos específicos para o esporte. Esse é o caso de Ana Fátima Carvalho de Campos (mais conhecida como Fafá d’Campos), orientadora educacional de Valinhos/SP.
Confira a seguir o depoimento de Fafá:
“Comecei bem cedo a trabalhar com crianças e adolescentes. Cursei Magistério, depois Pedagogia, Psicopedagogia e Teologia. Trabalhei como orientadora educacional numa escola na minha cidade durante 23 anos, e isso me deu um know-how bastante grande. Passei por outros empregos, e há cinco anos trabalho no Instituto Tênis, em Barueri, onde acompanho crianças e jovens de 6 a 22 anos.
Esse trabalho me instigou a estudar como funciona a cabeça de um atleta que, mesmo jovem, já se propõe a permanecer no alto rendimento, que é extremamente desafiante em todos os sentidos. Fui entendendo que toda a minha expertise não atendia ao que os atletas precisavam: uma abordagem personalizada e inovadora.
Por mais dinâmicos que fossem os encontros com esses jovens, faltava alguma coisa. Comecei a fazer uma pesquisa de campo sobre quais os gaps que eu precisava superar para poder entregar um trabalho de excelência e ajudá-los na missão com o tênis, mas sem deixar para trás o aspecto educacional.
As questões relacionadas à técnica, à nutrição, à fisioterapia, à musculação, era tudo perfeito, mas começavam os jogos e os jovens se perdiam. Então comecei a fazer cursos de coaching para mim, um processo que durou dois anos. Fiz muitos cursos, li vários livros, mas ainda não era aquilo que os atletas precisavam. Foi quando, num desses cursos, ouvi o nome da Marcia Belmiro, e fui atrás do trabalho dela.
Fiz a Formação Kids On-Line, depois Kids Presencial em São Paulo, e em seguida a Formação em Teen Coaching. Gostei demais das metodologias, e comecei a entender que era aquilo que os meus atletas precisavam. Foi algo que revolucionou a pedagogia do esporte. Para além de treinos, disciplina e motivação, esses atletas precisavam de assistência socioemocional. Precisavam saber quem são, aonde querem chegar, como elaborar suas metas e construir um plano de ação.
Antes tínhamos atletas que já chegavam na partida se sentindo derrotados, outros que brigavam com o juiz. E hoje estamos colhendo os frutos de um novo trabalho. Nosso diálogo, hoje, é de outro nível: falamos abertamente sobre autorresponsabilidade, autoconhecimento, empoderamento, crenças limitantes… A mudança foi tão grande que impactou nas quadras – e foi além.
Os mais novos estudam numa escola perto do Instituto. Aí teve uma dia que diretora me chamou e falou: ‘Me conta o que é que você faz, porque o comportamento e as atitudes dos seus atletas estão servindo de exemplo para os outros alunos, porque eles têm algo de diferente.’ Recentemente dois atletas ganharam ingressos para participar do Roland Garros, o sonho de todo atleta de alto rendimento.
Há três semanas comecei a acompanhar o João, de 9 anos. A família veio depois que ele começou a chorar no meio de um jogo-treino. No último sábado João teve um torneio. Dos três jogos ele venceu dois, mas principalmente: ele mudou sua postura dentro de quadra. A mãe dele me mandou uma mensagem emocionada. Ela dizia: ‘É outro João!’ Meu trabalho tomou uma dimensão que eu nem sabia que era possível.”