Por: Marcia Belmiro | Crianças | 07 de janeiro de 2021
Seu filho reclama quando vai visitar os avós? Nas festas de família fica o tempo todo no celular ou no game, sem interagir com ninguém? Em casa, só quer ficar no quarto, sozinho?
Esse tipo de comportamento tem sido cada vez mais comum. E os pais, por sua vez, se perguntam: Como ensinar meu filho a valorizar a família?
Marcia Belmiro enfatiza que “não adianta só falar sobre o assunto ou forçar para que isso aconteça. Valorizar a família é um ensinamento que só pode ser apreendido pelo exemplo, especialmente pelo exemplo que vem dos pais”.
De acordo com Marcia, valorizar a própria família é ter respeito por esse grupo de pessoas com quem se compartilha laços de sangue, é ser grato a todos os que vieram antes e que foram canais para que estejamos vivos aqui e agora.
Importante: Sentir gratidão e demonstrar respeito é bem diferente de ser submisso a alguém, aceitar que lhe digam ou façam coisas desagradáveis e humilhantes, independentemente de quem seja essa pessoa de qual seja sua importância no núcleo familiar. Da mesma forma, é diferente de sentir amor (que é maravilhoso quando possível, mas nem sempre o é, mesmo dentro da família).
O escritor Fabrício Carpinejar, na ocasião do lançamento de seu livro Família é tudo, deu a seguinte declaração ao site Diário da Região: “A família é a retaguarda da personalidade, uma espécie de no break da personalidade. Ao longo da vida você vai se recuperar e se renovar na família. Não tem como ser demitido da família. Mas família é disciplina, é [nela que se aprende] o princípio da convivência”.
Bert Hellinger, o criador da teoria da constelação familiar, estudou como a ascendência e a descendência se relacionam. Ele diz que o legado das outras gerações vai interferir na sua vida de algum modo, mas deixa claro que é uma escolha individual se essa interferência será positiva ou negativa. Da mesma forma é possível escolher como passar essa herança para seus filhos.
Mesmo quando há brigas e desentendimentos na família, não necessariamente é preciso privar os filhos dessa convivência. É direito das crianças escolherem se querem ter uma boa relação com os avós, tios, primos etc., independentemente das relações que seus pais têm com essas pessoas.
“É um direito dos nossos filhos poderem acreditar que ter família é uma coisa boa na vida. Para isso não é preciso mentir para as crianças, apenas poupá-las de questões que não dizem respeito a elas e deixar que, com o tempo, tirem as próprias conclusões”, orienta Marcia.
Se seus filhos não valorizam a família, vale a reflexão: Qual é o valor que você mesma dá à família – própria e à do cônjuge? Você visita seus pais por vontade própria ou por obrigação?
“Quando existem conflitos que degringolam para rompimentos ou ressentimentos não curados por muito tempo, é uma questão de maturidade dos pais equacionarem as próprias questões, pela saúde mental – própria e dos seus filhos”, analisa Marcia.