Por: Marcia Belmiro | Crianças | 23 de outubro de 2017
A ansiedade é um sentimento muito ambíguo, pois possui seu lado produtivo — que faz com que o ser humano entre em movimento na direção daquilo que deseja — e também sua face muito negativa, quando se apresenta como uma forma de estresse generalizado que, ao invés de colocar a pessoa em movimento, produz uma paralização total.
Essa face negativa vem sendo cada vez mais frequentemente experienciada pelas pessoas por conta da aceleração do mundo globalizado, em que as informações correm muito rápido e os sujeitos precisam a todo momento estar no auge de sua produtividade para serem valorizados.
A ansiedade infantil e possíveis causas
As crianças, enquanto parte integrante desse mundo, também acabam sofrendo muito com essa aceleração. Muitas crianças vêm apresentando sintomas físicos como pressão alta, sudorese excessiva, desmaios, entre outros. As sensações geradas pela ansiedade variam de um leve desconforto a um ataque de pânico, dependendo da pessoa e da situação.
Os jovens da atualidade passam por uma série de situações que são muito estressantes e potencialmente desencadeadoras de ansiedade, tais como: provas, testes e trabalhos na escola ou até mesmo o primeiro dia em um colégio novo onde todos ainda são desconhecidos. Por isso, é muito comum que as crianças se sintam agitadas, sendo que uma certa quantidade de ansiedade pode até ser produtiva.
Isso porque este pode ser um sentimento motivador e que mantenha a criança focada e atenta às situações desafiadoras que enfrenta na vida. No entanto, quando os pais percebem que esse sentimento está além das proporções saudáveis e está se tornando um entrave no desenvolvimento da criança, é hora de tomar medidas para ajudá-la a lidar com isso.
A criança vista de uma forma holística
Diversos podem ser os fatores que disparam as crises de ansiedade, mas a ansiedade prolongada e intensa que afeta diretamente a qualidade de vida da criança precisa ser tratada com muita atenção e proximidade. Assim, é necessário que se avalie cada caso em sua singularidade e em sua totalidade, fornecendo um olhar ampliado para aquilo que a criança apresenta e sua contextualização.
Muito frequentemente a atitude que os pais acreditam ser melhor nesse caso seriam os remédios para a ansiedade, entretanto esse tipo de tratamento está focado apenas nos sintomas físicos e não naquilo que realmente vem causando a ansiedade. Esses remédios se mostram ineficazes a longo prazo, pois não são capazes de resolver as questões geradoras da ansiedade infantil e apenas mascaram seus sintomas mais óbvios.
Tratamento para ansiedade infantil
Os profissionais de saúde mental podem fornecer um grande auxílio no que diz respeito à resolução das questões desencadeadoras de ansiedade na criança. Um terapeuta treinado pode fornecer um olhar cuidadoso para os sintomas apresentados, conversando com a criança e promovendo um contato mais aprofundado com os conteúdos que vem gerando essa carga elevada de ansiedade na criança para que ela seja capaz de superar essas questões.
Uma outra abordagem muito eficiente é através do Método Kids Coaching, que utiliza ferramentas e práticas bem estruturadas aplicadas pelo profissional KidCoach, convidando a criança a experimentar novas maneiras de pensar e agir nessas situações que causam ansiedade. O KidCoach oferece suporte para que a criança possa desenvolver suas próprias estratégias de enfrentamento às situações que são estressantes, adquirindo assim novas habilidades sociais.
Independentemente da abordagem, o fundamental para lidar com a ansiedade infantil é fornecer o apoio necessário para que a criança se sinta acolhida e valorizada, sendo capaz de perceber que seus sentimentos são importantes e que precisam ser tratados como tal. Desta forma, ofereça a seu filho a escuta atenta não-julgadora que ele precisa e seja um facilitador para que ele encare e resolva essas questões, em vez de suprimir e esconder esses sentimentos que manterão inevitavelmente os mesmo sintomas.
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