Por: Marcia Belmiro | Carreira | 05 de outubro de 2020
Você se sente constantemente inseguro sobre a própria performance profissional? Tem pensamentos do tipo “este bom resultado que tive foi sorte”, “meu chefe só me elogia porque não me conhece de verdade”, “uma hora todos vão descobrir que sou uma fraude”?
Você não é o único. Na realidade, de acordo com uma pesquisa feita em 1985 por Gail Matthews, da Universidade Dominicana da California (e considerada válida ainda hoje), cerca de 70% dos profissionais sofrem com chamada a síndrome do impostor – em maior ou menor grau.
O perfil da síndrome
De acordo com os estudiosos do assunto, essas pessoas têm um perfil de autoexigência grande combinada à autoestima baixa, culminando em uma percepção distorcida de seus talentos e pontos fortes. Não conseguem aceitar elogios, pois não se sentem merecedores deles. Sentem-se menos qualificadas ou até inferiores às demais, mesmo sem evidências claras para tal percepção.
Quando algo dá certo, com frequência atribuem o bom resultado à sorte, ao acaso ou à competência de outras pessoas. Por outro lado, veem os insucessos como marcas indeléveis, como a constatação de quem são de fato – e não como apenas uma experiência que não deu certo.
Como se comportam
Essas pessoas, de modo geral, apresentam determinados comportamentos típicos: ou trabalham exaustivamente, para compensar o que entendem como incompetência, ou procrastinam, como uma saída para fugir dos julgamentos (próprios e alheios), ou simplesmente desistem de seus sonhos, por não se acharem merecedores deles, sem ao menos terem tentado conquistá-los.
Algumas personalidades aclamadas já disseram publicamente que sofrem com a síndrome do impostor, como os vencedores do Oscar Meryl Streep e Tom Hanks, a ex-primeira-dama Michelle Obama (que teve uma carreira de sucesso como advogada antes de seu marido ser presidente) e a escritora Maya Angelou.
Isso não é uma coincidência, dizem os pesquisadores: a síndrome do impostor comumente ataca os profissionais mais competentes. A cada degrau que sobem em direção ao sucesso, percebem sua visibilidade no mercado como vulnerabilidade.
Marcia Belmiro joga uma luz sobre o assunto: “Ao perceber esse tipo de comportamento em si, vale a pena refletir: O que é mais provável, que todas as centenas de pessoas que passaram na minha vida profissional – colegas de trabalho, gestores, subordinados, clientes, fornecedores – estejam enganados? Ou que eu tenha uma ideia errada sobre mim mesmo?”